02/05/2013

“ENTREGAR” É O COELHO DA CARTOLA DO PSDB. O ÚNICO




Saiu nas páginas F6 e F7 do Valor (o PiG (*) cheiroso) 
desta quinta-feira revelador debate.

“Luiz Gonzaga Belluzzo e Edmar Bacha analisam o fraco 
desempenho do PIB brasileiro: para economistas, 
país ficou defasado (sic) do cenário global”.


Belluzzo ajudou a fazer o Plano Cruzado e hoje é da Carta Capital.

Edmar Bacha é um dos arquitetos do Plano Real e hoje trabalha em banco 
– como a maioria absoluta dos economistas do Real.

“Nesse momento, a política fiscal é o elemento mais importante 
para que as outras políticas possam ser levados a cabo”, diz Belluzzo.

“Está totalmente equivocada essa política de conteúdo nacional. 
Vamos produzir aqui todos os componentes de todos os bens ? 
É essa concepção ?,” se pergunta Bacha.

Como se sabe, a então ministra Dilma Rousseff e sua assistente 
Graça Forster montaram a política de conteúdo nacional da Petrobras, 
um dos dínamos da industria brasileira.

(Perceba, amigo navegante, que os tucanos rodam, rodam, rodam, 
e esbarram a Petrobrax…)

Como se sabe, um dos últimos atos da campanha presidencial de 2002 
foi o Presidente Lula, nos estaleiros da Verolme, em Angra, anunciar 
aos trabalhadores que ia rasgar a encomenda tucana de uma 
plataforma em Cingapura.

Lula reconstruiu a industria naval brasileira em cima das compras 
da Petrobras, e, em três anos, a indústria naval vai empregar 
o mesmo número de trabalhadores da indústria automobilística.

(Os tucanos são a favor de criar empregos em Cingapura.)

Belluzzo, em resumo, diz a Bacha que o problema da indústria 
brasileira é mais embaixo …

Não se resolve com câmbio, taxa de juros.

O problema é que o Brasil desmanchou as estruturas e instituições 
que permitiam a sinergia entre o público e o privado.

(FHC ia fatiar a Petrobrax para facilitar a venda; ia vender o Banco do Brasil, 
a Caixa, e transformar o BNDES num banco de investimentos. 
Vendeu a ferrovia do Nordeste ao Benjamin Steinbruch por um abatimento 
no Imposto de Renda. E o porto de Santos a Daniel Dantas sabe-se lá 
como ou por quanto. O Amaury Ribeiro Junior deve esclarecer no Privataria – II)

Bacha prefere soltar o câmbio e a taxa de juros 
(quando os bancos ganhariam na “arbitragem”), 
sentir a “volatilidade” e ver quem sobrevive do outro lado do tiroteio.

Darwin se sobrepõe, aí, a Adam Smith.

Mas, o tucano Bacha (que nem sempre foi assim, neolibelês 
(**) explícito) não tem outro coelho na cartola: a indústria nacional 
só tem jeito de se encaixar no sistema global.

Atrelar-se à globalização.

Ou, como diz o patriarca do neolibelismo (**) tupiniquim, 
o Fernando Henrique: surfar na globalização.

Belluzzo prefere articular a indústria privada com os investimentos públicos 
– e  a política fiscal.

Como se fez e faz na Coreia, no Japão, na Alemanha, na China 
– e nos Estados Unidos, que devem mais a Alexander Hamilton 
do que a todos os Friedmans da vida.

(Recomenda-se a leitura de “Land of Promise”, 
de Michael Lind, 2012, Harper Collins, 
“uma historia econômica dos Estado Unidos”.)

É a apologia da política de proteção às nascentes manufaturas 
americanas, em oposição a Thomas Jefferson e os que pregavam 
“a subserviência ao comércio com a Grã-Bretanha”,  
ou seja, os tucanos brasileiros de hoje.)

Bacha lembra muito o professor Gudin, que, nos anos 40, 
também combateu a construção de uma indústria brasileira – ou 
“ o conteúdo nacional”, como diz hoje o professor Bacha.

Onde está Belluzzo hoje, o combate se travava com Roberto Simonsen, 
que, exaustivamente, demonstrou que as ideias de Gudin devolveriam 
o Brasil à idade da treva.

Como as de Bacha, hoje.

Nos devolveriam a um ponto pior que a treva.

Ao Governo Fernando Henrique !

Roberto Simonsen tinha a companhia de Vargas, que fundou a 
indústria brasileira.

Belluzzo, as de Dilma e Lula.

A história sepultou Gudin, que, hoje, é mais conhecido pelas anedotas 
do que pelas ideias.

Os tucanos e seus filhotes – como o Eduardo Campriles, 
autor de notável carta – não foram capazes de produzir nada de novo.

Vira e mexe e eles querem vender a Petrobras, como fez Aécio Never 
no discurso de lançamento de sua derrotada candidatura.

Para eles, o Brasil não tem competência para extrair, 
refinar ou vender petróleo.

É melhor se concentrar no tomate.

Na passagem do Governo Figueiredo para o Collor, 
bem que Bacha frequentava outros autores.

E era discriminado pelo pensamento hegemônico: 
Mario Henrique Simonsen disse, certa vez, ao ansioso blogueiro, 
que Bacha escrevia muito bem, falava muito bem, 
mas era um economista de segundo time.

O ansioso blogueiro discorda. 

Considera Bacha um economista de primeiro time.

Só que ele trocou de liga.

Paulo Henrique Amorim 

ESQUERDA CENSURADA

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