Olavão foge do hospício e aparece na Folha
Miguel do Rosário
Miguel do Rosário
Não lhes aconselho a ler o artigo de Olavo de Carvalho, publicado hoje
(13/11/2011) na Folha. Francamente, eu não devia nem lhe dar atenção.
Minha breve carreira de analista de mídia, todavia, já me ensinou a não
subestimar nem esnobar ninguém, sobretudo os próceres do conservadorismo
tupi. Eu uso essa intimidade, chamando-o de Olavão, porque já briguei
tanto com ele em minha trajetória – essa um pouco mais longa – de
blogueiro de esquerda, que sinto aquele carinho exótico de um oficial de
guerra por outro. Isso não me impede, porém, de desprezá-lo
profundamente. A ele e às suas ideias. A ele, porque ele é o protótipo
da desonestidade intelectual. Às suas ideias, porque são positivamente
fascistas, além de esquizofrênicas. Vamos organizar:
Desonestidade intelectual. Em seu artigo na Folha, Olavo ensaia uma
breve história intelectual da USP. Começa razoavelmente. A partir do
segundo parágrafo, todavia, vemos os primeiros espamos da grave e
melancólica epilepsia ideológica de que sofre o filósofo. Seu erro
nasce, como aliás é tão comum em acadêmicos, da arrogância e
esquematização com que trata fenômenos históricos, políticos e mesmo
psicológicos. Mas os delírios realmente assustadores (maior
característica do Olavão) ainda estão por vir.
O paroximo da esquizofrenia olaval se mostra a partir do oitavo
parágrafo, quando afirma que “bilionários globalistas passam a
patrocinar movimentos esquerdistas por toda parte”. É uma afirmação
completamente desvairada.
Aí já temos um espetáculo deprimente: um filósofo brasileiro berrando
insanidades como um louco furioso num jornal de grande circulação
nacional. Sem a mínima preocupação de ater-se à realidade, Olavo repete
seus conhecidos chavões de que a mídia brasileira é esquerdista.
Conclui o artigo dizendo que todo mundo no Brasil é esquerdista, aprova o
uso de maconha na USP e simpatiza com os radicais de
ultra-ultra-esquerda que ocuparam a reitoria. Todos partilham da
“Ideologia”. Todos: deputados, senadores, professores, reitores,
ministros de Estado e empresários de mídia. Sem explicar muito bem que
sinistra ideologia seja essa, o leitor é fatalmente levado a pensar que
deve ser alguma variação particularmente maligna do esquerdismo
contemporâneo. Olavo esqueceu, porém, de mencionar, dentre os que sofrem
dessa doença, garis, astrofísicos, jogadores de sinuca, viciados em
crack e representantes da indústria de tecidos.
Olavão agora é presidente do Inter-American Institute for Philosophy,
Government and Social Thought, um nome bonito para associação dos
fascistas brasileiros doentes mentais que vivem de esmolas do Tea Party.
Eu uso uma linguagem particularmente agressiva com Olavo porque conheço a
figura. Durante anos, ele tinha uma coluna no jornal O Globo, e era
idolatrado por escritores analfabetos politicamente. Então um dia fui à
biblioteca do CCBB e li seus livros. Ele é ainda mais doente, rancoroso e
delirante em seus livros. A pretexto de falar de filosofia, ele
simplesmente faz um proselitismo ideológico vagabundo, onde a sigla PT
aparece mais do que o nome de qualquer pensador. Lembra até o Nietzsche
da última fase, já louco por causa da sífilis, xingando os cristãos por
páginas a fio, mas sem o talento literário do alemão, e substituindo os
cristãos por petistas.
E Olavo usava seu espaço na mídia, praticando todo o tipo de pilantragem
intelectual, para perseguir covardemente aqueles com os quais ele
discutia na internet. É, definitivamente, um crápula.
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