Jarbas e Simon, ontem e hoje
A amizade dos senadores Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos vem dos tempos em que lutavam no Congresso contra o regime militar, liderados por Ulysses Guimarães. À época, o governo só permitia o funcionamento de dois partidos. A Arena, que era sua base parlamentar, e o MDB, de oposição, dividido em várias alas. Jarbas e Simon eram pontas de lança de uma delas, o Grupo Autêntico, formado pelos liberais.
O MDB tinha também conservadores, os Moderados. Esse grupo venceu a votação interna do partido apresentando Tancredo Neves como concorrente na eleição indireta para a Presidência contra o candidato do Planalto. Jarbas não concordou e deixou o MDB. Tancredo foi ao Colégio Eleitoral e ganhou. Venceu e morreu. Ao assumir no lugar de Tancredo, José Sarney manteve o convite a Simon para o Ministério da Agricultura. Jarbas filiou-se ao PSB e se elegeu prefeito do Recife. Em 1989, voltou ao antigo partido, já como PMDB, e dele até se tornou presidente.
Como foi
Revendo meus negativos antigos, ainda do tempo dos filmes em preto e branco, deparei-me com essa raridade: a foto (à esquerda) de Jarbas e Simon durante uma das reuniões do velho MDB nos idos da década de 1970. Pus-me a recordar a trajetória de ambos. Lembrei que, por coincidência, os havia fotografado dias atrás. Consultei meus arquivos mais recentes, já da era digital, e resolvi unir a dupla de imagens para possibilitar um cotejo das duas épocas.
Nem sei quantas vezes eu deixava a cobertura da situação no Planalto para ir à Câmara e ao Senado fotografar os lances da oposição. No Palácio, registrava a defesa da manutenção do regime militar. No Congresso, a luta pela volta da democracia. Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon se distanciaram com o correr da história. Hoje, passadas quatro décadas, o destino e a política os coloca novamente lado a lado, no Senado.
THIETRE MIGUEL - RIO DE JANEIRO-RJ
Esquerda Censurada

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